BALEIAS AZUIS E OUTRAS BESTAS DE RAÇA PERIGOSA

LIBERDADE PARA AS NOSSAS CRIANÇAS

A notícia de um jogo que instiga e incentiva os nossos filhos a mutilarem-se, maltratarem-se e cometerem suicídio está nas bocas do mundo, mas nós resolvemos debruçar-nos mais sobre a generalidade do problema do que no próprio tão falado “jogo da baleia azul”.

Parece-me que ser mãe/pai hoje em dia é ser invadido por informação que surge de todos os lados. Se antes só tínhamos de escutar umas quantas vozes da sabedoria (da mãe, da sogra, da avó, da vizinha) hoje a informação pisco-pedagógica surge como cogumelos bravos no Outono.

Somos ao fim e ao cabo vítimas do mesmo, é tal a invasão cerebral por parte da tecnologia, da Internet, redes sociais, televisão, rádio e mais sei lá eu o quê que é absolutamente de cortar o fôlego.

É preciso PARAR! PENSAR! RACIONAR A DOSE!

Os pais têm o dever de proteger. Não se podem demitir dessa tarefa nem se podem deixar intimidar por conceitos que na minha opinião são completamente estúpidos.

Qual baleia azul, hipopótamo cor-de-rosa, elefante amarelo ou passarinho verde… a juventude quer ser aceite no seu grupo de pares, quer destaque e atenção, quer emoções fortes, desafios e emoções, tudo isto no meio do turbilhão hormonal e emocional que é a própria adolescência e que muitas vezes vem de mãos dadas com uma certa depressão da idade do armário. No nosso tempo já era bem bom ver o “Libertem o Willy” no domingo à tarde, para eles hoje em dia, a inundação tecnológica e estimulação sensorial é de tal ordem que o mundo não basta!

E nem venham os azedos de serviço dizer que esta é uma geração de fúteis, mimados e insatisfeitos, por várias razões de ideias, cuja primeira é FOMOS NÓS QUE OS CRIÁMOS E EDUCÁMOS, a geração antes desta morria nas esquinas do Casal Ventoso de agulha espetada no braço e antes dessa ainda morria-se de cirrose de garrafa de bagaço na mão. Meus amigos, menos critica, mais construção.

VAMOS PENSAR EM CONJUNTO:

” Respeitar o espaço da criança!” – claro que sim, mas o espaço da criança na Internet é literalmente o mundo inteiro. Calma com o andor… mas quanto espaço precisa afinal uma criança de 14 anos? Na minha opinião, Internet em casa num PC colocado em espaço comum com as minhas visitas diárias ao histórico e com o tempo demarcado. Telefone??? Claro que sim! Para fazer chamadas, pedir ajuda ou comunicar com os amigos ou pais um dos simples serve muito bem. Não creio que haja maturidade suficiente para mais.

“Uma vez na net… para sempre na net” – pois é, tenho quase certeza que não há ninguém com idade inferior a 18 anos que consiga ver bem o que é isto, e digo 18 anos porque acima disso, já não é para aqui chamado.

“Eu ensinei o meu filho… e ele tem muita maturidade!” – Claro que sim, e tenho a certeza que é sobre-dotado até… acorde para a vida e não subestime, não se deixa a vida dos nossos filhos na mão da sorte. Há muita, muita, muita gente mal intencionada na rede e por mais avisados que sejam os nossos jovens, há mesmo PESSOAS MÁS com muitos conhecimentos informáticos. Se até nós adultos e experientes caímos em cantigas do bandido, quanto mais eles. O seu filho tem a maturidade que é possível ter para a idade dele e é tão especial como outra criança qualquer. TODAS AS CRIANÇAS SÃO ESPECIAIS.

“TODAS OS OUTROS DA TURMA TÊM UM SMARTPHONE MENOS EU… TU ÉS HORRÍVEL MÃE… A PIOR MÃE DO MUNDO!” –  Temos pena! Você é que não pode ser fraca! Não tenha a memória curta. Já no nosso tempo os adolescentes achavam que os pais eram o pior do mundo. Faz parte da idade do armário.

A P#TA DA PUBLICIDADE – Aí sim, desde berço que somos inundados com a última moda. A publicidade inunda os nossos neurónios, põe-nos literalmente a salivar. Temos de ensinar os nossos a serem fortes e nós mesmos temos de ser fortes o suficiente para lidar com a realidade. Ninguém é milionário aqui e mesmo que fosse teríamos, ou pelo menos deveríamos ser moderados por modos a proteger o nosso bom desenvolvimento social, pedagógico e mental.

TENHA ATENÇÃO NISTO:

  • Computador num local comum da casa, onde a criança você possa “dar um olhinho”.
  • Não há crianças com passwords privadas. Nem mães que não têm acesso às redes sociais dos filhos.
  • Tempo de exposição à Internet controlado.
  • Protecção parental activada no PC, SMARTPHONE e tudo o que tenha acesso à net.
  • Esteja atenta se o seu filho não está a abrir contas de Facebook SEM VOCÊ SABER.
  • CONTROLE! Não há mal nenhum nisso, nem vai ter um filho traumatizado, nem diminuído, nem inferiorizado. Vai ter um filho protegido, e ESSA É A SUA OBRIGAÇÃO ENQUANTO MÃE!
  • Dê tempo REAL aos seus filhos. Sem foto, sem vídeo, sem publicar imediatamente. Sem publicar de todo! O exemplo vem de cima.

NÃO ENSINE, MOSTRE!

Mostre que o melhor da vida não está on-line e que o melhor de estar em família não é a parte da selfie para o Instagram… caminhe ao contrário. Tenha a coragem de ensinar a remar contra a maré! Uma família não são algoritmos de computador nem fotos de beiça esticada!

Você é capaz de ser feliz sem postar!!! Está tudo doente ou quê?

Mais convém dizer, que é preciso estar atento ao comportamento dos mais novos. E não será na grande parte dos casos ir a correr para um psicólogo ou psiquiatra. Claro que existem casos em que uma intervenção é necessária, mas a maior parte dos nossos jovens só está a crescer e tem dúvidas, fúrias, revoltas e interrogações inerentes a esse processo. O amor é grátis! Abençoado! Conversar abertamente, saber ouvir e fazer-se ouvir perante o seu adolescente pode mesmo ajudar a penetrar as muralhas de toda uma muralha desta Geração Z. A adolescência é tramada… sempre foi e sempre será!

Não levem a mal o que vos vou dizer queridas Ultras, mas as baleias azuis mais perigosas aqui até podemos estar a ser nós, os pais, com tanta liberdade e com tanta falta de pulso!

Por Equipa UltraFeminina

equipa.ultrafeminina@gmail.com

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