Faz parte da função de pai e mãe proteger seus filhos dos males do mundo. Tentamos protegê-los contra acidentes domésticos, da violência das ruas e das pessoas mal intencionadas.
O bullying provavelmente está entre essas situações que não queremos que nossos filhos sofram. Mas o que fazer quando ele é o próprio agressor da história?
Normalmente, o agressor tem um comportamento provocador e de intimidação permanente. Ele possui um modelo agressivo na resolução de conflitos, apresenta dificuldade de colocar-se no lugar do outro, vive uma relação familiar pouco afectiva, e tem muito pouca empatia. Uma criança pode ser autor de bullying quando:
- só espera e quer que façam sempre sua vontade;
- quando gosta de se sentir poderoso;
- quando não se sente bem ou não se sente satisfeito a brincar com outras crianças;
- se sofre intimidações ou algum tipo de abuso em casa, na escola ou na família;
- quando é frequentemente humilhado por adultos;
- quando vive sob constante pressão para que tenha êxito em suas actividades.
Os agressores exercem sua acção contra sua vítima de diversas maneiras: batem, molestam, provocam, agridem com empurrões e socos, verbalizam de uma forma desagradável ou depreciativa, originam fofocas, mentiras, boatos, os isolam a vítima do grupo, ofendem-nos e anulam-nos.
A resposta para o “Onde foi que eu errei?”, pode estar na falta de atenção e reflexão sobre a vida que a criança tem vivido. A observação cuidadosa dos pais sobre o crescimento dos filhos e um espaço aberto para o acolhimento e diálogo são fundamentais para que esse tipo de problema seja compreendido e evitado. É preciso esclarecer os acontecimentos e saber “Como?, Onde? e Porquê?” o nosso filho agrediu um colega da escola e, diferenciar uma “zanga normal de crianças” de um comportamento agressivo continuado.
Seguem-se alguns conselhos de como lidar com um filho bully:
- Investigue o porquê do seu filho ser um agressor.
- Fale com os professores, peça-lhes ajuda, e escute todas as críticas sobre seu filho.
- Aproxime-se mais dos amigos do seu filho e observe que actividades realizam.
- Estabeleça um canal de comunicação e confiança com seu filho. As crianças necessitam sentir que os pais os escutam.
- Tenha cuidado para não culpar outros pela má conduta do seu filho.
- Entre em contacto com a Escola para acompanhar devidamente a situação e confirmar as melhoras.
- Canalize a conduta agressiva de seu filho para o desporto.
- Seja assertivo e diga ao seu filho que comportamentos agressivos não são permitidos na família.
- Explique quais as consequências se continuar com as agressões.
- Ensine-o a praticar boas condutas.
- Não ignore a situação. Mantenha a calma e procure saber como ajudar ao seu filho.
- Incentive seu filho a manifestar suas insatisfações e frustrações sem agressão.
- Demonstre ao seu filho que continua amá-lo, mas que desaprova seu comportamento.
- Anime-o para que reconheça o seu erro e peça desculpa à vítima.
- Elogie suas boas acções.
- NUNCA deve ser violento para resolver um problema deste tipo.
Para muitos pais é difícil reconhecer algo negativo no comportamento dos seus filhos mas, é muito importante agir de forma imediata, porque normalmente o problema de uma má conduta pode crescer como uma bola de neve. É fundamental encarar o problema e trabalhar directamente com a escola para resolver esta dificuldade.
por Drª Ana Rute Farinha
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